O otimismo salva as vendas de Natal
Estamos há poucas semanas de um período importante para o varejo: o Natal. E, nele, a única coisa que impede de termos mais uma queda de vendas é o otimismo. A disposição de ver as coisas pelo lado bom e esperar sempre uma solução favorável, mesmo nas situações mais difíceis é a tônica das vendas neste Natal.
Em um quarto trimestre em que diversos agentes externos impactam negativamente o consumo, e em um ano em que tivemos 11 reajustes de preço de combustível, com um aumento de mais de 73% no preço final, seguida de 35 semanas de aumento da inflação real, alta inadimplência das pessoas físicas, ultrapassando os 63 milhões de negativados no país e mais de 600.000 na região do Grande ABCD e um aumento considerável do custo dos empréstimos, mantivemos o otimismo que vem junto do avanço da vacina contra Covid, queda do número de mortos e mais de 300.000 empregos criados segundo dados do CAGED.
Estamos otimistas e essa característica está estampada na pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas que aponta aumento crescente no índice de expectativas do consumidor que chegou a 82,4 pontos no mês de outubro.
Os enfeites de natal, ruas iluminadas, músicas típicas, fachadas decoradas são equipamentos de influência de consumo e existem desde de sempre, trata-se de um conjunto de técnicas de vendas que visa influenciar a decisão de compra e facilitar a aquisição por impulso.
O humor do consumidor impacta no tíquete médio de consumo e é determinante em épocas de crise. Segundo pesquisa CNDL/SPC Brasil, 33% dos entrevistados pretendem gastar menos nas compras de presentes este ano, 31% pretendem gastar mais e 27% gastarão a mesma quantia. Entre aqueles que pretendem gastar menos, 37% querem economizar, 22% estão com o orçamento apertado e 18% citam as incertezas com relação à economia brasileira para o próximo ano, mesmo assim o “ espírito natalino” contagia mais de 124 milhões de consumidores em todo o país.
Diversificar o espaço de compra, estimulando o consumidor a ocupar as ruas de comércio é uma forma saudável de concorrência com as vendas virtuais e os marketplaces. A diversidade e os produtos de autocuidado estão em alta, treinamento e atendimento são essenciais. Melhorar as taxas bancárias e os custos financeiros são outra forma de lucrar mais neste natal.
Também, segundo pesquisa CNDL/SPC Brasil, 13% das compras de natal geram restrições nos birôs e impactam negativamente no crédito do consumidor, carreando prejuízo imediato para o varejista e perdas futuras para o setor. De sorte que a concessão do crédito através de crediário, cheques e outras formas de título devem ser cautelosas e o uso do cartão de crédito, parcimonioso. Também a movimentação de cédulas merece atenção, já que segundo dados do Banco Central do Brasil, só em São Paulo foram apreendidas, em novembro deste ano, mais de 81.000 cédulas falsas.
Então, a fórmula para um Natal melhor para o varejo é torcer para continuarmos otimistas por mais duas semanas e aguardar um 2022 próspero e com saúde.
* Alexandre Damasio é presidente da CDL de São Cateano do Sul e advogado.