O metaverso está sendo, sem dúvidas, o tema com maior destaque nos últimos tempos. Afinal, se trata de uma tecnologia que, embora não seja tão nova, reforça a promessa de realizar experiências em um ambiente 100% digital. E, tendo em vista a alta aceitação populacional a esses novos recursos, é criado um cenário onde todos devem estar atentos a sua utilização, sobretudo as indústrias.
Falar sobre o metaverso é um assunto amplo, já que existem diversas definições do seu conceito. Além disso, suas múltiplas possibilidades de usabilidade e aplicação, fazem com que o tema ganhe cada vez mais relevância e sejam feitas apostas favoráveis quanto à sua expansão — como prevê uma pesquisa divulgada pela Globant, a qual estima que até 2024, os negócios realizados em torno do metaverso devem atingir US$ 800 bilhões.
Mesmo diante deste cenário positivo, precisamos enfatizar que ainda não temos uma aplicação palpável do conceito na prática, o que aumenta ainda mais as suas perspectivas para o futuro. Até porque, do ponto de vista tecnológico, mesmo diante dos seus avanços, ainda temos certas limitações operacionais, como realizar transições de uma plataforma para outra e promover uma experiência virtual efetiva.
Deste modo, partindo da premissa que as indústrias vêm se engajando no movimento de busca pela digitalização das operações, considerar o metaverso como mais um auxiliador nesse processo é fundamental. Afinal, levando em conta as mudanças de padrões e comportamento da sociedade, torna-se crucial adaptar os métodos de produção a fim de levar o melhor resultado para o público final.
Mirando este objetivo, o metaverso ganha destaque no meio industrial, já que sua utilização permite que as companhias possam se beneficiar da aplicação da realidade virtual na linha de produção. Praticamente, isso auxiliará, como exemplo, que o tempo elevado gasto na composição de testes e experimentos em muitas organizações, seja reduzido significativamente – prevendo a elaboração de resultados mais rápidos, precisos e métodos mais seguros que respeitam as leis da física graças ao uso desta tecnologia.
Outro ponto que favorece a indústria é, justamente, a realização de análises preditivas que levam em conta as preferências do cliente, o que permite metrificar os níveis de aceitação. Desta forma, são poupados gastos, evitando possíveis gargalos na cadeia produtiva e aumentando simultaneamente o nível de produtividade.
Certamente, ouvir toda a gama de benefícios envolvidos na utilização do metaverso para a indústria brilham os olhos – mas, assim como toda tecnologia, nada acontece da noite para o dia. Ainda existe uma longa barreira a ser superada para que sua aplicação seja efetiva, o que exigirá das indústrias um preparo desde já para sua chegada.
Desta forma, investir em sistemas de gestão, automatizar processos e consolidar uma política organizacional em prol das melhores práticas gerenciais, já abrem margem para que a empresa possa começar suas operações pensando em consolidá-las no meio físico e digital. E, embora esse caminho possa ser considerado desafiador, estar pronto o quantos antes fará a diferença nos índices de sucesso da sua aplicação.
O metaverso, certamente, irá impactar intensamente a indústria, por ter intrínseca em seu uso uma nova perspectiva das operações, com base na utilização da realidade aumentada como um eixo central. Porém, mais do que pensar nos ganhos futuros, é primordial estar pronto desde já, para vivenciar algo que mudará a forma como nos relacionamos com a tecnologia.
Milton Ribeiro é CEO da SPS Group, uma das maiores parceiras SAP Business One do Brasil.