Lojistas estão mais preparados para comércio online
Pandemia abriu as portas do mundo virtual para muitos negócios. Comerciantes foram forçados a se adaptar às redes sociais em 2020 e estão mais fortalecidos para novos períodos de isolamento
O isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus mudou os hábitos de consumo dos brasileiros no último ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre abril e setembro (segundo e terceiro trimestres) de 2020, 11,5 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra virtual. A associação também registrou mais de 150 mil novas lojas online no período.
Em Goiânia e cidades da região metropolitana tiveram que conviver com novos períodos de fechamento do comércio, que estão se alternando com períodos de abertura, mas agora os comerciantes estão mais preparados para as vendas virtuais e devem obter resultados melhores.
O uso das ferramentas digitais foi a verdadeira salvação para muitos negócios em 2020. Um exemplo é o do comerciante Arineu Lemes Vieira, de 52 anos. Ele possui a loja Estação Fofura no Shopping Estação Goiânia há 11 anos, vendendo pijamas e chinelos de quarto, e até o primeiro fechamento não atuava no mundo digital.
“Iniciei vendendo pelo WhatsApp e depois criei as redes sociais, Instagram e Facebook. Se não fosse por elas não estaria nem aqui falando do assunto, teria fechado as portas”, relata ele sobre a importância de ter se adaptado ao comércio eletrônico.
Comerciante há 21 anos, Arineu pegou dicas para trabalhar com as redes sociais com o filho, que atualmente é quem cuida mais das postagens, juntamente com uma vendedora da loja.
“Ano passado, quando houve a reabertura do comércio, o movimento de pessoas seguiu pequeno e minhas vendas virtuais seguiram em torno de 60%”, revela ele, que faz entregas em Goiânia e região. Com os novos decretos, Arineu acredita que o fluxo deve se manter.
“Antes tinha o auxílio emergencial, agora não, então penso que as pessoas pouparão mais. Em todo caso, estou preparado para as vendas online e tenho estoque de produtos”, afirma.
Experiência prévia – Rochany Max Silva, proprietária da loja de calçados femininos Santa Rô, situada no Shopping Estação Goiânia há 12 anos, já mantinha as redes sociais do estabelecimento antes do primeiro isolamento social imposto em 2020.
“Antes do fechamento eu já tinha os perfis e fazia vendas pelo WhatsApp, mas não dava muita atenção. Depois eu fiquei mais atuante”, conta. A comerciante atualmente faz postagens diárias nas redes sociais, além de promoções.
“Eu posto fotos todos os dias, tanto no feed quanto nos stories. Adquiri experiência com o manejo das redes com o tempo. Esse aprendizado, ainda que forçado, de certa forma, foi muito importante para a manutenção do negócio em 2020, mesmo com pequena queda no nível geral da atividade”, destaca Rochany. Agora, com o início da vacinação, ela está otimista em um tempo, melhor confiante de que poderá inclusive crescer. “Espero que com nossa experiência venhamos a nos desenvolver mais. O nosso objetivo é aumentar em ao menos 50% nossas vendas virtuais”, revela.
Proprietária da Boutique da Lê, também localizada no Shopping Estação Goiânia, Letícia Francielly Nascimento, já atuava nas redes sociais antes da pandemia, com perfil da loja especializada em roupas femininas tanto no Facebook quanto no Instagram. Para ela, as vendas em 2020 foram boas e a lojista revela o sucesso para o engajamento virtual.
“Faço postagens todos os dias e mostro meu dia a dia nos stories também, o público gosta. Além disso, faço parcerias com blogueiras e sorteios virtuais”, conta a lojista, que vê uma boa receptividade de suas clientes.