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“Fit cultural” gera lucratividade e engajamento nas empresas

Quando o indivíduo possui o “fit cultural”, todo o processo de integração se torna melhor, pois ele se encaixa, sem dificuldades, em seu novo time de trabalho, sentindo-se motivado.

No mundo corporativo, é comum ouvir a frase: “O profissional é contratado pelo técnico e demitido pelo comportamental”. O primeiro fator refere-se às suas capacitações ou hard skills, a exemplo da graduação, da pós-gradução, do MBA, da fluência em outros idiomas e das certificações. Já o segundo, conhecido como soft skills, está ligado às competências e às habilidades, entre elas a maneira como os resultados são entregues, a forma de comunicação, o desenvolvimento da resiliência, escuta ativa, controle emocional e de inúmeros outros aspectos que contribuirão para se alcançar destaque na carreira, além de estarem alinhados ao “Fit cultural”.

Além disso, são essas características que conectarão – ou não – uma pessoa com a cultura da organização, o que é fundamental para montar um time coeso e engajado, melhorando, inclusive, a lucratividade da empresa.

Vale lembrar que falar de cultura organizacional diz respeito às atividades e aos processos desenvolvidos no dia a dia, à relação com os colaboradores e ao que é valor para a corporação. É com a observação de todos esses pontos que se avalia, em um processo seletivo, que o candidato tem “fit com a cultura”.

Isso é relevante, porque atrair e reter talentos sempre foram e serão grandes desafios para as companhias. Aquelas mais estratégicas já entendem a importância de contratar profissionais que têm essa aderência à missão e aos pilares do negócio. Ou seja, sabem que, se tiverem equipes que atuam alinhadas aos seus valores, atingir as metas e os resultados fica muito mais fácil.

Quando o indivíduo possui o “fit cultural”, todo o processo de integração se torna melhor, pois ele se encaixa, sem dificuldades, em seu novo time de trabalho, sentindo-se motivado. Usualmente, também é mais seguro e mais produtivo, engajado e entende sua importância na corporação, onde busca melhorar, continuadamente, os processos e o clima organizacional. Ainda é importante lembrar que essa atitude de pertencimento é fundamental na retenção de talentos.

Por esse motivo, da mesma forma que as empresas procuram funcionários aderentes às suas diretrizes, o profissional precisa estar bem atento a essa questão, especialmente quando participa de um processo seletivo. Se a cultura corporativa não estiver em consonância com os valores e propósitos dele, a rotina, depois de contratado, será aterrorizante.

Imagine a situação: você é organizado, mas vai trabalhar em um lugar de extremo caos e desordem. Como acha que será a rotina? Ou aprecia planejar e percebe que o futuro líder quer entregar resultados a qualquer custo. Acredita mesmo que será um espaço saudável para se integrar? Pessoas que são extremamente éticas e entram em companhias que têm flexibilidade em relação a esse valor, para não dizer sem compliance, também enfrentam dificuldades.

No entanto, é possível evitar esses problemas. Enquanto, em um passado recente, os indivíduos empenhavam-se para atuar em marcas consolidadas e renomadas, hoje, grande parte busca conexão com projetos aderentes à sua própria ideologia e às suas perspectivas. Não à toa, as startups ganharam tanto destaque nos últimos anos.

Cada vez mais, os profissionais escolhem onde querem trabalhar e empreender o seu tempo. Assim, preferem estar em ambientes agradáveis, propícios à inovação e onde sejam, de forma equilibrada, desafiados, a fim de que evoluam em todos os âmbitos. E ter o “fit cultural” promove relações mais profícuas e duradoras entre empresa e colaboradores, em um contexto onde cresce a preocupação com felicidade no trabalho, propósito, legado e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.


* David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent. É também professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você”. Ele atua, ainda, como embaixador da ONG ChildFund e é Conselheiro de RH da ACMinas.

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