Como se preparar para as transformações do mercado de trabalho?
*DJ Castro, especialista em marketing e branding
É inerente a nós, seres humanos, querermos saber o que vai acontecer no futuro e quais serão as tendências que ele nos reserva. No mercado de trabalho, novos formatos se consolidaram, baseados na evolução das soluções digitais e no crescimento de novas oportunidades menos engessadas de atuação. Ao mesmo tempo em que proporcionam experiências até então inéditas para muitas pessoas – como sair de uma reunião e ajudar o filho com a lição de casa enquanto aguarda uma nova call começar, por exemplo – exige dos profissionais uma postura que alinha conhecimento técnico e soft skills altamente apuradas.
Praticamente todas as profissões têm ocupações que podem ser automatizadas, o que é um ótimo ponto quando pensamos na redução de atividades operacionais. Nessa nova realidade, precisamos enxergar a tecnologia como um assistente que irá nos auxiliar em vários processos, enquanto nós, especialistas em questões que o digital não pode realizar – como o desenvolvimento de estratégias e novas ideias de negócios nos tornamos essenciais em outras frentes
Para isso, no entanto, será necessário desenvolver novas capacitações, se atualizar e buscar acompanhar as tendências desse novo mercado. Cada vez mais as empresas irão exigir funcionários que saibam se adaptar às mudanças, possuam inteligência emocional e dominem pelo menos uma ferramenta tecnológica.
Apesar do home office fazer parte da rotina de muitos lugares, existem opiniões divididas sobre esse assunto: muitos gestores ainda duvidam da produtividade que esse ambiente de liberdade pode gerar nos colaboradores. É a prova de que, num universo em transformação, algumas práticas parecem não ter evoluído com a tecnologia. Ser proativo e, do outro lado do balcão, encontrar gestores prontos para apoiarem as equipes em novas situações, ainda exige de muitos um preparo inexistente.
Recentemente a Apple, maior empresa de tecnologia do mundo, tem implementado o trabalho híbrido, mas ao mesmo tempo enfatiza a importância das atividades presenciais. Já Elon Musk, o homem mais rico do mundo, aboliu o trabalho remoto da Tesla e decretou que em sua empresa todos devem trabalhar presencialmente. Decisões que nos fazem pensar na inconstância do mercado de trabalho: estamos evoluindo o tempo todo, ao mesmo tempo em que a troca presencial, as conversas próximas e a presença física são vistas como essenciais em diversos processos.
Esses dois exemplos mostram que nem sempre o modelo 100% remoto é o mais adequado para desenvolver projetos de alto nível, as conexões presenciais são mais complexas e completas e podem proporcionar uma entrega maior de qualidade. O nível de dedicação que será aplicado no trabalho irá depender não só do ambiente físico, mas de um esforço como um todo.
Ao final de tudo isso, podemos analisar que as tendências mudam. Antes as pessoas não sabiam como iriam se ajustar ao trabalho remoto, hoje elas precisam voltar para os escritórios e se acostumar com uma nova rotina. Essas transformações no ambiente corporativo podem gerar desconforto, porém precisam ser acompanhadas. Claro que nenhuma delas é obrigatória, cada profissional é livre para escolher o ambiente de trabalho que se encaixa melhor, assim como a empresa pode definir, com base nas suas entregas e campo de atuação, o melhor modelo para si. Mas em um mundo de constantes mudanças, o destaque maior sempre será para aquele que consegue se adaptar em diferentes propostas de ambiente.