Product Hacking: O que é, porque você deveria ter e como implementar
A área de Product Hacking está ganhando cada vez mais importância nas organizações com uma forte atuação nas oportunidades, cálculos de impactos, gestão e implantação de projetos.
* Por Guilherme Dekker, Product Hacking na Creditas
Product Hacking é um time de pessoas versadas em negócios, projetos e tecnologia. Uma espécie de híbrido, um “exército de uma pessoa só”. Essas pessoas ficam imersas nas unidades de negócios, onde irão aprender sobre os principais desafios de cada área.
A partir disso, serão capazes de levantar oportunidades, calcular o impacto, conceber o projeto e executar a implantação. Os projetos podem envolver programação, implantação de um sistema terceiro, melhoria de processo, entre outras possibilidades.
Nossa hipótese é que o fato da mesma pessoa entender do problema, da concepção e execução da solução resulta na realização de projetos muito mais coerentes e eficazes.
Por conta dessas características, Product Hacking se destaca especialmente para a construção de MVPs e validação de hipóteses. Ainda, é uma área que trabalha forte em resolução de problemas de maneira geral, sobretudo em crises, onde o tempo de entrega é determinante.
Porque você deveria ter:
- ROI: Além do aspecto financeiro, os projetos trazem outros benefícios qualitativos, como validação de premissas, melhora na experiência do cliente interno ou externo e mitigação de riscos.
- Desenvolvimento acelerado de pessoas: as pessoas conseguem entender mais que uma pequena fatia do trabalho a ser feito dentro de uma empresa. No entanto, talvez um movimento contrário ao que se instaurou na revolução industrial. Portanto, a partir do momento que não hiper-segmentamos o trabalho, uma pessoa consegue pensar de maneira ampla aproximando o problema por todos os lados (processo, negócios, tecnologia).
- Comunicação e alinhamento entre áreas: Por ser uma área que consegue transitar em diferentes ambientes e diferentes unidades de negócio, acabamos fazendo o papel de perceber esforços contrários e engajar todos os stakeholders em prol de uma mesma solução.
Como implementar
É claro que esse modelo tem desafios. Não é exatamente simples se manter conectado a tudo que permeia a empresa. Hoje o time de Product Hacking enfrenta uma carga forte de trabalho para acompanhar os negócios e reagir rápido a mudanças.
No entanto, conhecer dos negócios permite cortar caminho e ser muito mais assertivos na proposição das soluções. Também não é simples encontrar as pessoas certas e desenvolvê-las. No entanto, a conclusão que tiramos dos dados e feedbacks é que vale o esforço.
O modelo de trabalho
Hoje a estrutura na Creditas possui um gerente, dois Team Leaders e doze analistas. Sendo assim, os líderes são responsáveis pelas atividades de gestão formal, gestão do backlog de projetos e garantir a execução e encerramento dos projetos.
Algumas vezes, os team leaders participam das fases de encontrar o problema e conceber a solução devido à maior exposição a estratégia e contexto da empresa.
Enquanto isso, os analistas são os responsáveis pelos projetos e geralmente cada um tem de 1 a 2 projetos ocorrendo simultaneamente.
As etapas de um projeto são:
- Investigar a fundo o problema raiz/alavanca de sucesso;
- Levantar qual será o impacto do projeto;
- Realizar a concepção da solução;
- Implementar a solução.
Em suma, na área de Product Hacking, tipicamente fazemos isso geralmente entre 1 a 4 semanas, dependendo da complexidade.
O ambiente
Durante essa jornada, aprendemos algumas coisas que funcionam. Vale destacar:
- Apoio e alinhamento do time de tecnologia: nós trabalhamos junto com tecnologia, de maneira complementar. Então, é muito caro mobilizar um time de tecnologia para desenvolver um produto ou grande feature para validar uma hipótese.
- Criatividade: Ser criativo sobre o que é a solução do problema. Às vezes, uma conversa resolve e deveria ser a primeira opção. Programar deveria ser a última.
- Autonomia e versatilidade: precisamos garantir que nossos recursos estão alocados da melhor maneira possível.
- – Ambiente científico: Definir o escopo do projeto, documentar, levantar as hipóteses de melhoria do projeto e medir o impacto posteriormente.
- Troca de conhecimento: Desenvolver um forte ambiente de troca de conhecimento. Apesar de cada projeto ter um dono, é extremamente necessário desenvolver o espírito de time.
- Documentar: Manter uma boa documentação do que fazemos gera uma enorme diferença. Muitas vezes partes de uma solução são aproveitadas em outra solução.
As pessoas
Em suma, não é simples encontrar as pessoas certas e desenvolver as habilidades necessárias. Então, quem tem, possui mais habilidade em gerenciamento de projetos e produto não tem domínio da parte de tecnologia, como programação e parametrização de plataformas, e vice-versa. Portanto, nossas contratações são totalmente baseadas em perfil: raciocínio lógico e baseado em dados, vontade de aprender, versatilidade, pensamento crítico e visão holística.
Em conclusão, os profissionais híbridos são incrivelmente valiosos e acabam sendo muito eficazes na geração de valor. Acredito que precisamos revisitar como encaramos os problemas e como hiper-dividimos as áreas e tarefas nas empresas.
Sobre – Guilherme Dekker, Product Hacking na Creditas
Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina, Guilherme Dekker é Team Leader de Product Hacking na Creditas. Através da entrega de tecnologia rápida e útil tem possibilitado a expansão da fintech no Brasil.