Inovação

ESG e a mudança de comportamento dos investidores

Se antes unir o mercado financeiro e ações sustentáveis parecia uma missão quase impossível, hoje essa fusão já é uma realidade imprescindível para a sobrevivência das empresas – ESG. Um exemplo é que a tendência do crescimento do conceito de sustentabilidade inclusive já foi reforçada no Fórum Econômico Mundial em Davos, que pela primeira vez discutiu um novo tipo de capitalismo, o de stakeholder, que visa colocar o propósito à frente do lucro.

Uma Pesquisa de Sustentabilidade da ANBIMA apontou que 85,4% dos gestores de investimentos sabem o que é ESG e usam seus critérios na tomada de decisões. A conexão entre investidores, o mercado e a sustentabilidade segue em amplo crescimento – e isso é só o começo desse movimento que visa beneficiar todo o planeta.

Em 2020, a preocupação do mercado financeiro com a sustentabilidade chegou ao extremo quando um grupo de investidores estrangeiros ameaçou abandonar o Brasil e seus negócios no país por conta do aumento do desmatamento na Amazônia devido às queimadas e a inércia do Governo Federal em relação ao tema. Hoje, os investimentos responsáveis no mundo todo já somam 31 trilhões de dólares e 36% dos ativos totais, de acordo com a Global Sustainable Investment Alliance.

Sustentabilidade e rentabilidade na prática

Tais dados mostram como o comportamento de investidores vem mudando, com um mindset cada vez mais voltado aos negócios que adotam princípios ESG. E muito disso tem a ver com rentabilidade. Isso porque a sustentabilidade vende: 98% das empresas que adotaram rotinas sustentáveis relataram benefícios relacionados a vendas e marketing.

Além disso, outro ponto favorável para os investidores é que as ações sustentáveis também agregam valor para as empresas, incluindo aprimoramento na sua reputação (60%), lucratividade (53%), custos mais baixos (30%) e aumento na produção (30%) de acordo com uma pesquisa realizada pela Iseal Alliance, em 2017.

E engana-se quem pensa que somente as PME’s desejam manter essa conexão entre o mercado financeiro e a sustentabilidade: até mesmo o Banco Central está atento à preocupação com a política ambiental por parte dos consumidores brasileiros e dos investidores estrangeiros.

Prova disso é que a instituição vem trabalhando para implantar a Agenda BC#, lançada para estabelecer ações e metas de responsabilidade socioambiental para todo o setor financeiro nacional. A primeira entrega da agenda de sustentabilidade do BC foi o lançamento de uma consulta pública a respeito de critérios de análise que devem ser adotados nas operações de crédito rural do país.

Princípios ESG com certificado: selo verde atrai investidores

Diante desse cenário, surgem cada vez mais “fundos de investimento sustentável” que buscam oferecer soluções e ajudar empresas que buscam colocar em prática projetos com sustentabilidade e propósito. Um exemplo são as Certificações de Sustentabilidade, uma maneira eficiente para as empresas apresentarem e cumprirem seus compromissos de sustentabilidade – além de chamarem a atenção de investidores e stakeholders.

Na prática, as certificações de sustentabilidade englobam direcionamentos voluntários por parte de fabricantes, comerciantes, produtores, varejistas e prestadores de serviços para demonstrar seu compromisso com boas práticas ambientais, sociais, éticas e de segurança alimentar. Ainda, elas também servem para ajudar os consumidores na hora da decisão de onde comprar, destacando marcas com preocupações sustentáveis.

Ou seja, muito mais do que uma palavra da moda, a sustentabilidade é um imperativo de negócios. Nesse sentido, os selos verdes são uma maneira eficiente para as empresas apresentarem e cumprirem seus compromissos de sustentabilidade. E as marcas comprometidas com a sustentabilidade ainda recebem grandes benefícios, como economia de custos, redução de riscos, segurança da cadeia de suprimentos, acesso a novos mercados, fidelidade do cliente e valor de marca aprimorado, em geral.
Além da reputação da marca, os selos de certificação sustentável contribuem para adaptar procedimentos que sejam mais interessantes financeiramente para a empresa. Há variações entre os tipos Certificação de Ações Sustentáveis, desde seus fundamentos até os padrões que investigam. Atualmente, não há certificação absoluta que possa ser aplicada em uma grande quantidade de indústrias. Uma combinação de certificações pode ser aplicada a um único produto para provar seu status ético e sustentável.

Investir em empresas com ações sustentáveis tem se tornado cada vez mais importante em um mundo que muda tudo em tempo real. E as empresas que não acompanharem as evoluções constantes ficarão para trás no mercado financeiro e na preferência de profissionais, investidores e consumidores.

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Natália Braulio

Administradora e Mestre em Design com ênfase em User Behavior Analytics, possui mais de 12 anos de gestão em empresas de educação, moda, consultoria e finanças. Empresária e Professora Universitária nas áreas de Inovação, Design Thinking, Empreendedorismo e Data Driven Design, atua na condução de processos de solução de problemas de gestão, aplicando ferramentas de processo criativo que conectam pessoas, ideias e negócios. É uma das fundadoras da Openbox.ai e CMO da empresa.

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