Consumidores brasileiros estão mais abertos a pagar com criptomoedas, aponta pesquisa da CoinsPaid
Pesquisa conclui que varejistas que aceitam pagamento em criptomoedas estão prestes a se tornarem populares no Brasil
Há uma demanda crescente na América Latina pelo uso de criptomoedas para pagamentos nas compras. De acordo com uma pesquisa recente realizada pela CoinsPaid, não é apenas um fenômeno online: no Brasil 36,3% dos entrevistados disseram que teriam interesse em pagar as compras em lojas físicas com criptomoedas.
O restante dos entrevistados brasileiros relataram que usariam cripto em lojas físicas apenas em circunstâncias específicas: 9,1% usaria apenas em uma loja com marca forte/familiar; 10,6% só usariam criptomoedas em lojas para itens de grande valor; enquanto 7,1% apenas para compras de pequeno valor. No geral, 63,1% dos brasileiros disseram que estão prontos para adotar pagamentos em criptomoedas para pelo menos algumas de suas compras físicas no varejo.
Enquanto isso, apenas 30,4% dos brasileiros disseram que nunca usariam criptomoedas para pagamentos online.
A pesquisa revela que os brasileiros estão alinhados com outros países da região em relação ao desejo de usar criptomoedas: 65,4% dos colombianos afirmaram que estariam prontos para usar criptomoedas para pelo menos alguns pagamentos em lojas de varejo e 65% dos argentinos disseram o mesmo. Enquanto isso, 35% dos argentinos disseram que nunca usariam uma criptomoeda em lojas físicas e 44,5% nunca usariam online; enquanto 34,6% dos colombianos relataram que nunca usariam criptomoedas em uma loja física e 29,3% nunca usariam a moeda digital para pagar online.
“Existe uma suposição entre algumas empresas de que, como as criptomoedas são moedas digitais, os clientes só vão querer usá-las como meio de pagamento no mundo online. No entanto, isso claramente não é o caso no resto do mundo e estamos descobrindo cada vez mais que isso não representa a experiência de varejo na América Latina”, diz Rafael Brunacci, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da CoinsPaid na América Latina.
A pesquisa identifica os principais obstáculos para o crescimento do uso de criptomoedas. No Brasil, 36,2% dos entrevistados da pesquisa sinalizaram que a confiança na segurança de tal pagamento poderia torná-los mais propensos a usar criptomoedas como pagamentos – mais do que qualquer outro fator. Ao mesmo tempo, os brasileiros também disseram que se, ao comprar com criptomoedas, tivessem descontos especiais em produtos (26,8%) ou maior comodidade e conforto (26,3%) como possíveis benefícios, se sentiriam mais incentivados a escolher uma moeda digital como forma de pagamento.
Brunacci diz que o rápido crescimento de negócios que ajudam empresas a processarem pagamentos em criptomoeda é uma prova da crescente demanda dos indivíduos por terem opções além das tradicionais moedas ‘fiduciárias’.
“Algumas empresas pensam que as criptomoedas são compradas apenas como reserva de valor – semelhante a um ‘ouro digital’ – e como os clientes não usam ouro físico no checkout, os varejistas também não precisam processar moedas baseadas em blockchain como meio de pagamento”, diz Rafael Brunacci. “Na verdade, o oposto é verdadeiro, e as empresas que não podem dar aos clientes a opção de pagar com criptomoedas perderão cada vez mais vendas para os concorrentes que já aceitam esse método de pagamento.”
A pesquisa descobriu – talvez sem surpresa – que o item que os entrevistados mais escolheriam usar criptomoedas como meio de pagamento eram eletrodomésticos (27,1%), mas viagens (25,8%), comida (22,5%) e jogos online (18,8%) também foram escolhas populares.
No entanto, os entrevistados também sinalizaram que há uma oportunidade para os varejistas melhorarem sua marca por meio da oferta de criptomoedas como meio de pagamento: mais da metade (50,5%) de todos os entrevistados no Brasil disseram ter uma visão positiva das empresas que oferecem serviços de pagamento de criptomoedas e 42,9% acredita que a opção de usar criptomoedas criou uma visão muito favorável do varejista. Apenas 37,1% disseram que a capacidade de uma empresa de processar criptomoedas para pagamentos não afetaria sua percepção da empresa.
Enquanto isso, outra pesquisa da CoinsPaid mostra que o uso de criptomoedas como pagamento vem crescendo. Em 2021, o uso do Bitcoin (BTC) como meio de pagamento atingiu US$14,5 bilhões por dia durante períodos de baixa volatilidade e abrangeu todos os tipos de varejo, tanto online quanto lojas físicas, e em diferentes segmentos da indústria.
“As compras em criptomoedas como Bitcoin obviamente aumentam quando seu próprio valor é estável, mas a tendência é clara. Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2022, as transações de criptomoedas totalizaram US$1,8 trilhão – o que é uma enorme quantidade para a atividade de varejo e ilustra a importância para as empresas aceitarem pagamentos de moedas digitais”, diz Brunacci.
Prevê-se que o surgimento de ‘stablecoins’ – que são criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias ou outros ativos como ouro – acelere ainda mais o aumento do uso de criptomoedas como meio de pagamento. Hoje, os pagamentos com stablecoins para varejistas na blockchain TRON já movimentam em média US$8 bilhões por dia – quase 2,5 vezes os pagamentos globais do PayPal (US$3,1 bilhões).
Notas ao editor
A pesquisa foi realizada em março de 2022 na Argentina, Brasil e Colômbia com um total de 1.506 indivíduos.
Desde o lançamento da CoinsPaid em 2014, a empresa tornou- se uma das líderes mundiais em pagamentos de criptomoedas, processando mais de 14,4 milhões de transações e 7,6 bilhões de euros em pagamentos até 2022.
Com mais de 4,8 bilhões de euros em criptomoedas manipuladas em 2021, a CoinsPaid é um dos maiores processadores de pagamento de criptomoedas do mundo. Atende mais de 800 comerciantes e processa 7% de todas as transações dentro da rede Bitcoin. As conquistas da CoinsPaid foram ainda marcadas pelo título de Provedor de Pagamento do Ano no AIBC Summit em Dubai.
Entre janeiro e dezembro de 2021, o volume processado da CoinsPaid cresceu mais de 320%, registrando também 9,2 milhões de transações, um crescimento de 171% em relação ao mesmo período de 2020. Em 2022 a empresa está em expansão pela América Latina.