O futuro do e-commerce está nas experiências imersivas
O Fórum E-Commerce Brasil foi um evento grandioso no qual tivemos a possibilidade de trocar com profissionais incríveis das mais diversas áreas. Uma conversa que me marcou foi durante a minha participação no podcast da ClearSale, onde discutimos qual o futuro do e-commerce. De todo o papo, a questão que ficou mais latente e martelando por aqui foi: vai ter espaço para as empresas que não oferecerem experiências encantadoras aos clientes?
O mundo segue em constante transformação e com o e-commerce não seria diferente. Se antes ele se tratava apenas de “um serviço de compras pela internet“, hoje por outro lado, vai muito além disso. Para que a estratégia seja de fato eficiente é fundamental que a experiência seja incrível desde o primeiro contato até o pós-vendas.
Assim, surgiram diversas possibilidades para que as marcas impactem os consumidores onde quer que eles estejam, como é o caso do social commerce – modelo que usa as redes sociais para vender – que possibilita esse impacto direto no varejo e é mais um ponto de contato entre marca e cliente. Para se ter uma ideia, de acordo com um levantamento da Accenture, o setor de comércio global via redes sociais, que hoje está avaliado em US$ 492 bilhões, deve triplicar e chegar a US$ 1,2 trilhão em 2025.
Agora estamos diante de uma nova oportunidade: o metaverso. Esse novo universo, que já está proporcionando experiências que vão se tornar ainda mais incríveis e imersivas, tem sido a aposta de marcas dos mais variados setores. A Ralph Lauren, por exemplo, criou dentro do jogo Roblox, uma área de experiências que tem patinação no gelo e compras de roupas da coleção de 1990 da marca.
Além disso, segundo uma pesquisa publicada pela McKinsey, só nos cinco primeiros meses de 2022, grandes empresas, fundos de venture capital e private equity já investiram mais de US$ 120 bilhões em negócios ou ativos no metaverso. Entretanto, antes de entrarmos de cabeça nesse novo mundo é preciso ter algumas coisas em mente. A principal delas é colocar o seu cliente no centro do negócio e entender o que de fato faz sentido para aquele público que deseja impactar. A verdade é que isso é um ponto fundamental para qualquer empresa, já que quando você coloca o consumidor como ponto focal da estratégia é mais difícil errar na tentativa de impacta-lo.
Outro ponto muito importante é entender que estamos falando de um ambiente colaborativo, então não basta que as marcas simplesmente coloquem uma ação no ar e esperem que o consumidor reaja diante dela. É fundamental chamar o cliente para a conversa para que ele se sinta reconhecido e entenda a importância do seu papel. Depois é preciso ter muito claro qual seu propósito como empresa e onde quer chegar. Afinal, de nada adianta criar uma ação no metaverso somente para estar lá.
E, por fim, mas com certeza não menos importante, é preciso entender que o mercado ainda está presenciando uma fase de experimentação, mas essa tendência veio para ficar e esses números só comprovam a força dessas inovações.
O fato é que o futuro do e-commerce está nas experiências imersivas e, nesse sentido, o metaverso pode ser uma peça chave para criar vivências cada vez mais interessantes para os consumidores. Porém, o metaverso é um ambiente colaborativo, que não está restrito a um único espaço, e ainda é preciso fazer muita coisa para que esse novo universo seja da forma como todos idealizam. Vai ser preciso construir junto, tijolo por tijolo, ou melhor, ativo por ativo.
*Camilo Barros – Head of Sales and Partnerships Latam da VidMob, plataforma líder mundial em Inteligência Criativa que fornece uma solução tecnológica de ponta a ponta para ajudar as marcas a melhorar seus resultados de marketing