Como as marcas perdem seguidores nas redes sociais?
Estudo revela evasão de público dos perfis corporativos e uma das causas é o conteúdo!
Alerta para empresas com perfis nas redes sociais! De acordo com o estudo #MS360FAAP, realizado pelo Núcleo de Inovação Digital da Faculdade Armando Álvares Penteado e pela Emplifi, os 100 perfis com maior interação nas redes amargaram a perda de 32,7% de seus seguidores entre abril e junho deste ano. Isso significa que o público total desses perfis, que antes somava 2.411.744 pessoas, passou a ser de 1.622.604.
Embora as marcas tenham se rendido à criação de perfis no Instagram e no Facebook, na esperança de melhorar o relacionamento com seus púbicos, algo não está dando certo. Entre as possíveis explicações para a queda no número de followers, uma delas causa arrepios nos criativos do marketing e nos especialistas em social mídia: o desinteresse das pessoas pelo conteúdo.
O que acontece é que as empresas estão reproduzindo nas redes, as velhas fórmulas publicitárias, aplicadas no meio impresso. Não entenderam ainda que estão em contato com um consumidor engajado, informado e crítico, com um perfil muito diferente daquele leitor apático, que mal conseguia diferenciar uma matéria de um anúncio e que acreditava em tudo o que lia.
Uma rápida conferida no seu Instagram ou no Facebook e a verdade está lá, escancarada. Perfis com posts bonitinhos, fotos incríveis e pessoas “perfeitas” apresentando produtos que…VOCÊ NÃO QUER.
As empresas com poder de fogo para patrocinar seus conteúdos, invadem o feed de seus seguidores, sem a menor cerimônia, para apenas… VENDER. E isso tem nome: “Panfletagem Digital”. A divulgação comercial nua e crua, sem empatia, sem identificação e sem sucesso.
Esse tipo de post, se fosse impresso, em nada se diferenciaria de um mero panfleto, daqueles bem básicos, com referências, preços, descritivos e o Call To Action. Será que alguém que acessa sua rede diariamente está interessado em visualizar uma sucessão de anúncios? Perguntinha para ser respondida pelas empresas, obcecadas por views e com resultados desastrosos no ponto de venda.
Outro engano que as marcas não cansam de cometer é ignorar que produtos e serviços muito específicos, só são relevantes para públicos igualmente específicos, ou como se diz no ambiente digital, para um público nichado. Saber quem são esses consumidores, independente do número, é mais valioso e efetivo do que o patrocínio para indivíduos desinteressados.
Aliás, conhecer as características do público e dominar a arte da interação é o primeiro passo para quem quer se posicionar no universo virtual. Identificar hábitos e preferências do cliente facilita a opção pela melhor rede social e permite um diálogo com o tom de voz certo em todas as plataformas. Isso só acontece com seres pensantes e pulsantes no circuito.
Vivemos a Era do H2H, do relacionamento entre humanos, em que pessoas reais desejam se conectar com outras pessoas reais e não com objetos e seres inanimados.
Inúmeras empresas estão implementando robôs para interagirem nas plataformas digitais, em sites, whatsapp e até no SAC, crentes de que estão fazendo o melhor negócio de todos os tempos, afinal, economizam dinheiro que seria gasto com profissionais reais e diminuem o tempo de atendimento, para assim darem sequência ao looping de atendimentos frios e confusos.
Pra quem gosta de números, uma última informação: o estudo citado no início desse artigo mostra uma grande diferença nas interações entre os perfis corporativos e o de “celebridades”. Enquanto as marcas tiveram uma média de 3.924 interações, entre abril e junho, figuras públicas se relacionaram 146.607 vezes.
Estão preferindo seguir até mesmo famosos de menor grandeza intelectual do que perfis corporativos realmente importantes e sérios, que poderiam ter muito mais a dizer e não dizem. Nesse caso, o formato de entrega dos conteúdos é semelhante ao de um grande presente mal embrulhado. Ninguém dá valor ao pacotinho sem graça.