A falta de capacitação profissional é um grande obstáculo no preenchimento das vagas de trabalho disponíveis no país, conforme apontam pesquisas recentes realizadas nos setores da indústria, comércio, serviços e tecnologia. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de profissões com indícios de escassez de mão de obra, entre as mais representativas do mercado formal, atingiu um nível recorde em junho de 2024. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) também identificou em suas sondagens a dificuldade das empresas em conseguir encontrar mão de obra qualificada.
Por outro lado, jovens inexperientes e pessoas que tentam se reinserir no mercado de trabalho enfrentam essa realidade ao não apresentar os conhecimentos e competências mínimas necessárias para a execução das tarefas relacionadas as vagas disponíveis, ficando presos nos gargalos dos processos seletivos. Uma boa alternativa para essas pessoas que buscam sua inserção no mercado de trabalho pode ser recorrer aos cursos relacionados à educação profissional e tecnológica, que são, inclusive, ofertados em nível médio e de graduação tecnológica.
O superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, Felipe Morgado, destacou que a Pesquisa de Acompanhamento de Egressos 2021-2023 registrou um índice de ocupação profissional dos alunos com formação técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de 84,4%. Isso equivale a 8 em cada 10 ex-alunos empregados em até um ano, registrando um aumento de 76,3% em relação a 2020-2022.
De acordo com o Censo Escolar 2023, a educação profissional e tecnológica (EPT) foi a modalidade de ensino que mais cresceu na educação básica; e que entre os anos de 2022 e 2023, as matrículas na EPT passaram de 2,1 milhões para 2,4 milhões, representando um aumento de 12,1%. Mas esse número ainda é pouco para suprir a crescente demanda por mão de obra qualificada.
O Mapa do Trabalho Industrial 2022 – 2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria, que se baseia em modelagens econométricas que levam em conta as expectativas de crescimento da economia e do mercado de trabalho, revelou que o Brasil precisa investir no aperfeiçoamento e na qualificação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores no setor da indústria até 2025.
Portanto, é preciso compreender que a qualificação assim como a requalificação profissional são necessárias e essenciais para a competitividade. E que, diante desse cenário de aceleradas mudanças, conseguirá se destacar o profissional que conseguir apresentar uma maior adaptabilidade a realidade mercadológica.
Principalmente, neste contexto, a educação a distância (EaD) se apresenta como um facilitador àqueles que têm uma maior dificuldade em conciliar os horários de estudos e trabalho, uma vez que nos cursos EaD o aluno pode acessar os conteúdos nos momentos em que lhe for mais conveniente. Apenas determinadas atividades, como avaliações e práticas, requerem presencialidade ou horários específicos.
É também importante salientar que os jovens que se qualificam através de um curso técnico terão ainda, contato direto com a sua área de interesse, podendo assim certificar melhor a sua escolha e aderência na área de estudo. Já os profissionais que buscam requalificação, poderão demonstrar a constante busca pela adaptabilidade tão requisitada pelo mercado de trabalho.
*Scheila Costa da Silva é especialista em Gestão de Pessoas, com formação Docente para EAD e Psicologia Organizacional e do Trabalho; profissional da área de Administração de Empresas, com experiência em Gestão de Pessoas. Professora-tutora nos cursos Técnicos de Administração, RH e Marketing da UninterTech.