Geração Z: Pack de inovações de realidade aumentada deve impactar a experiência do cliente
Não é novidade para ninguém que tudo tem caminhado muito rápido no pós-pandemia. Cada vez mais, vemos as DVNB (marcas verticais digitalmente nativas) – que são as marcas que nasceram no meio digital e se relacionam diretamente com o consumidor final – com ações de experiência de cliente que superam a conformidade do pré-pandemia.
Em tese, o consumidor da geração Z é o consumidor com maior percentual de fidelização: de acordo com uma pesquisa do Cheetah Digital, 64% deles são definitivamente fiéis a algumas marcas. Podemos justificar isso pelo movimento de comunidade, posicionamento, experiência e conexão que esse público procura nas marcas e, principalmente, pelas ações de atualização dessas marcas com o foco no público jovem.
Uma dessas atualizações de experiência híbrida, levando em consideração que o futuro é híbrido (virtual e real) mais da metade da população daqui a alguns anos, viverá entre estes dois cenários. Abordando o ponto futuro híbrido, e o pacote da geração Z, podemos olhar para algumas movimentações que estão acontecendo como a Realidade Aumentada (AR) destacando-se cada vez mais na experiência do usuário e do cliente.
A adoção generalizada da conectividade 5G em dispositivos móveis e os avanços no hardware do headset abrirão o caminho para que a realidade aumentada se torne uma interface para conduzir a vida cotidiana. A AR pode ser atuante na experiência de usuário desde a neo-navegação em carros, até o supercarregamento de esportes ao vivo
Realidade Aumentada segundo a análise da WGSN
Segundo a WGSN, empresa de previsão de tendências, a adoção de AR se beneficiará dos lançamentos generalizados de conexões de internet mais rápidas, maiores opções de hardware e ferramentas mais acessíveis para construir mundos virtuais.
Atualmente, no Brasil, a 5G tem chegado em grandes capitais. Um exemplo é São Paulo. Há também rumores de que três das quatro grandes empresas de tecnologia dos EUA (Apple, Google e Meta) lançarão fones de ouvido com recursos de AR nos próximos dois anos, o que certamente atrairá a atenção do público especial da geração Z.
Espera-se que o fone de ouvido da Apple estabeleça o padrão da indústria e possa marcar os primeiros passos em direção ao Metaverso da própria marca. Após os falsos começos da década de 2010, espera-se também uma nova onda de óculos inteligentes de consumo mais sofisticados.
O que isso impacta na experiência de cliente e usuário?
Basicamente, o segmento de óticas precisa se atualizar com essa nova busca dos consumidores, que tudo indica que será intensa. Assim, faz-se necessário um estudo que aprofunde-se sobre o tema e traga ideias inovadoras que possam convergir para o sucesso do produto e experiência do cliente.
Também pode se citar que, com o aparecimento dos óculos, temos novos universos como o Metaverso, para navegar, experimentar e comprar. Também é relevante lembrar que, mais fácil de implementar e dimensionar do que a realidade virtual (VR), a AR pode fornecer uma experiência de Metaverso comercialmente mais viável.
Afinal, construir em AR tornou-se mais acessível. No mercado de games, a empresa americana Niantic está oferecendo o Lightship (o mesmo mecanismo usado pelo Pokémon GO) gratuitamente para os desenvolvedores. Os iPhones e iPads mais recentes estão equipados com scanners com detecção de profundidade, que permitem às pessoas mapear cenas e criar modelos 3D em alta velocidade.
O imperativo comercial para AR é forte: 80% dos consumidores dizem se sentir confiantes em uma compra se tiverem visualizado o item em AR. Mas, o que isso significa para você, líder e empresário? Use AR para aprimorar experiências: os melhores casos de uso mesclam utilidade com imersão e entretenimento.
Outra menção da WSGN é o crescimento do universo dos jogos, que aumenta cada vez mais com a evolução dos nativos digitais (geração Z e gerações seguintes) A receita de jogos para celular deve crescer 8,68% A/A de 2022 a 2026, atingindo um total de US$ 228,9 bilhões.
Exemplos de Realidade Aumentada no mercado
A Niantic, criadora de Pokémon GO, está planejando mais títulos de AR. Lançado na Malásia com um lançamento mais amplo previsto para o segundo semestre de 2022, um exemplo é o Peridot, um jogo aconchegante onde os jogadores cuidam de um animal de estimação virtual que evoluem com amor e carinho.
Mais ainda interativo é o NBA All World, que a Niantic descreve como “o estilo de vida da NBA encontra o Metaverso do mundo real”. Os jogadores se desafiam em jogos de basquete AR geolocalizado em sua área local e coletam jogadores da NBA encontrando-os e derrotando-os.
Combinando jogos AR com tecnologias Web3, o Izumi World é um jogo Play-to-earn que será lançado no primeiro trimestre de 2023, onde os jogadores capturam e lutam contra criaturas míticas, e algumas das quais são NFTs negociáveis. O desenvolvedor e CEO americano Grant Stanley afirmou que quer que o jogo seja um “pioneiro” no espaço, para que esteja pronto para o lançamento dos óculos AR da Apple.
Olhar para esse mercado e entender como fazer o uso disso como experiência de agregação pode ser sim um formato de se comunicar e atrair a fidelidade dessa nova geração
No mercado automotivo e de inovação também temos a adesão do AR como meio para uma experiência de usuário e cliente mais envolvente. Você pode perguntar agora, o que isso tem a ver com a geração Z?
A resposta é simples: daqui a alguns anos a geração Z estará em seu pleno poder de consumo, sendo a geração que mais terá produtos desenvolvidos e marketing de venda com foco nela. Alguns exemplos incluem o AR HUD da empresa chinesa Raythink, que inclui avisos de colisão, avisos de saída de pista e detecção de ponto cego. A Apple também registrou várias patentes para um pára-brisa AR capaz de suportar chamadas FaceTime, que podem aparecer em seu próximo carro (rumores para 2024).
Alguns displays de AR Huds projetam direções e avisos diretamente nos para-brisas dos motoristas. Quando os carros autônomos chegam às estradas, o AR pode transformar o para-brisa em uma tela para trabalho ou entretenimento em movimento.
A AR no carro também não se restringe aos para-brisas. O aplicativo da empresa de software finlandesa Basemark para a fabricante alemã BMW combina visão computacional e dados de sensores do veículo para produzir sobreposições de AR nas telas de navegação do veículo que podem alertar os motoristas, sugerir manobras e fazer recomendações de pista.
Além disso, a montadora alemã Volkswagen fez parceria com a gigante de tecnologia Microsoft para explorar as possibilidades de os motoristas receberem informações de navegação e segurança por meio de fones de ouvido HoloLens 2 ao volante.
Olhando para o futuro, o Holograktor é um serviço conceitual suíço de carona, onde os passageiros usam um aplicativo para selecionar conteúdo de jogos, educacionais ou de mídia social a ser exibido no para-brisa.
Como implantar a AR no mercado?
Esse universo de inovações já vem acontecendo. O principal propósito é transformar a experiência do usuário em acessível e inteligente. Para os UI e UX de plantão, esse universo de AR no cenário automobilístico pode ser explorado.
Uma dica de como trabalhar com isso é: priorize a segurança com designs de interface do usuário (UI) para HUDs que usam instruções claras, sobreposições e gráficos que não distraem os motoristas. Em carros autônomos, considere como o para-brisa pode ser adaptado em um espaço de trabalho e lazer.
No mundo do cenário, moda e beleza, já podemos ver como a adesão e transformação da AR vem sendo dedicada a geração Z. Temos o Metaverso se aproximando, as marcas estão desenvolvendo testes de AR e explorando moda e beleza com a combinação com NFTs, criando itens somente AR, bem como gêmeos digitais de produtos e roupas da vida real.
Ainda, ferramentas de criação de moda AR, como rastreamento corporal sem marcadores (detectando movimento corporal sem marcadores físicos) e segmentação corporal (separando as pessoas de seu ambiente) tiveram um progresso considerável nos últimos anos.
Tudo isso possibilitou as provas de relógios e óculos oferecerem um modelo para os fabricantes de relógios inteligentes e óculos inteligentes aprenderem. Os desenvolvedores de AR deverão procurar se basear nas fortes fundações de moda da tecnologia.
O aplicativo Meta Closet do DRESSX, com sede em Los Angeles, por exemplo, permite que os usuários apliquem visuais de AR a vídeos em tempo real. A base de clientes da marca é 60% feminina e majoritariamente Millennial. Já o aplicativo MetaBeauty da marca turco-americana PulpoAR permitirá que os usuários criem looks de maquiagem AR e os cunhem como NFTs.
É notável o aceleramento do cenário de moda e beleza com novas tecnologias, com adesão do AR como meio de facilidade para comprar e experiência de fidelização de público alvo. Há um tempo, o segmento de moda vem sendo o mais explorado por inovações tecnológicas e adequações que facilitem a vida do consumidor, principalmente com a dedicação de experiência tecnológica para as gerações mais digitais.
Inspirações de moda e beleza no setor de AR
Olhando para o seu negócio de moda e as inovações, é possível se inspirar em ideias e experiência que já estão acontecendo ou estão sendo desenvolvidas. A minha indicação para você é inspirar-se em conceitos de sucesso da indústria da moda e explorar como eles podem se traduzir em produtos de tecnologia de consumo para o seu nicho.
Explore os testes de gêmeos digitais de produtos prontos para o metaverso e itens somente AR para avaliar o interesse do consumidor. Se o interesse do seu consumidor e comunidade for grande, é mais do que válido aplicar a adesão de AR, por exemplo, para o seu negócio.
Contudo, percebemos claramente, por pesquisas, dados, e análise de comportamento que o link entre novas tecnologias, produtos e serviços têm crescido principalmente pela busca do consumidor por novas experiências. Sejam elas pelo UI/UX de sucesso ou até mesmo pela experiência de cliente como um todo.
Existe um universo inteiro para explorar e o cliente está nos dando abertura e buscando possibilidades para tal. Avalie se faz sentido e comece a adotar a adesão de novas tecnologias como experiência de fidelização por meio das novas práticas. Não se esqueça, ainda, de ter seu processo de experiência de cliente muito bem estruturado e redondo.
Não é possível adotar novas práticas se o processo principal ainda está bagunçado. É preciso estar em constante movimento para acompanhar tendências como o AR e seguir inovando na Experiência do Cliente em 2023 e nos anos que virão.